domingo, 31 de julho de 2011

Crónicas da Gothia Cup - Dia 1



Supostamente estas crónicas teriam sido publicadas diariamente no decorrer da nossa participação na Gothia Cup, relatando as vivências do dia-a-dia. Logisticamente não foi possível fazê-lo, pelo que vamos tentar recriar os momentos mais marcantes, como estes foram tantos, talvez me escapem alguns, como tal, ficam todos, desde já, convidados para participarem e deixarem os vossos testemunhos, comentando e enriquecendo esta página. Podem também enviar-me os vossos textos por e-mail, pois terei todo o prazer em reproduzi-los neste espaço.

Para falar da nossa participação na Gothia Cup 2011 é incontornável falar da pessoa que tornou tudo isto possível: o Professor Armando Lopes. Foi com enorme entusiasmo que há uns largos meses nos falou deste grandioso evento, o qual desconhecíamos. O seu entusiasmo contagiou-nos e logo todo o grupo de pais dos Lobatos acedeu e concordou que estaríamos presentes. Cada um
deu o contributo, entenda-se "trabalho" que estava ao seu alcance, claro está que uns foram mais participativos do que outros, mas o mentor e o trabalhador-mor deste projecto foi o Armando Lopes; desmultiplicou-se em mil e uma facetas, a sua capacidade organizativa e de planeamento parece interminável, todos os pormenores são pensados, nada é esquecido, poderia aqui escrever linhas e linhas sobre o seu trabalho, mas resume-se aos resultados finais que foram obtidos e digo resultados porque o êxito foi alcançado em várias vertentes.



O resultado desportivo foi um meritório e honrado 2.º lugar numa competição internacional de elevado nível e estamos a falar de uma equipa escolar que se reuniu a espaços durante um ano lectivo, não se trata de uma equipa que tenha treinado em conjunto durante toda uma época desportiva, claro que os atletas dos Lobatos são alguns dos melhores praticantes de dois dos melhores clubes do distrito de Setúbal (o Ginásio Clube de Corroios e o Amora Futebol Clube), mas sem dúvida que é necessário saber obter deles o seu melhor rendimento.



O resultado da participação social e da representação de uma escola, de uma região, de um país, foi também exemplar; os Lobatos deixaram marca, equipavam a rigor, souberam sempre comportar-se, foram acarinhados e aplaudidos, mostraram que sabem estar. As refeições que foram feitas fora do programa da Gothia foram planeadas com antecedência. As desçlocações de atletas, técnico, directores, pais e familiares foram previamente acauteladas. A ocupação e a gestão dos tempos livres dos atletas, nomeadamente no dia seguinte ao do final da competição foi também pensada anteriormente. A preocupação de que os pais que acompanharam a comitiva ficassem instalados próximo da equipa foi tida em conta, assim como a importância de estarem sempre presente e apoiantes, com as limitações que se julgaram sensatas. Tudo foi pensado antecipadamente, atempadamente e ao pormenor. Tudo isto contribuiu para o êxito final. Tudo, justiça seja feita, foi pensado por um homem. Merece o nosso aplauso, o nosso agradecimento, a nossa amizade e mereceu o tão desejado e ambicionado troféu. Parabéns Armando!



No dia 17 de Julho de 2011, na maioria das casas dos Lobatos a alvorada terá sido por volta das 05:00, reunimo-nos às 06:00 na estação de serviço de Corroios e pelas 06:15, depois das despedidas, partia o autocarro que nos haveria de levar ao Aeroporto de Lisboa, no qual continuaram as peripécias que se tinham iniciado no dia anterior mas que foram ultrapassadas; a família Lobatos foi dividida por três vôos diferentes; todos chegaram bem a Gotemburgo, onde um transfer nos aguardava para nos levar até à escola onde ficámos alojados durante a semana seguinte.

O Miguel Torres viajou na companhia da família Lopes e juntar-se-ia, com grande alegria de todos, aos seus companheiros em Bruxelas.



O Gonçalo Teixeira perdeu a carteira com algum dinheiro em coroas suecas e, mais preocupante, com a sua identificação, mas tudo se haveria de resolver.

À saída do Aeroporto de Gotemburgo e ao passarmos pela praça de táxis, recebemos as primeiras manifestações de apoio, facto que se repetiria, para nossa satisfação e felicidade, muitas mais vezes ao longo da nossa estadia na Suécia. Os taxistas, provavelmente emigrantes de diferentes países, aplaudiram-nos de pé, faziam questão de cumprimentar os miúdos e entoaram: Portugal! Portugal! Não se podia querer mais para quem acabava de aterrar.

Os atletas foram alojados numa sala de aula, onde foi necessário montar todas as camas e organizar, dentro do possível, o pouco espaço que sobrou. Foram momentos de alguma tensão e stress para os pais que faziam parte do staff, deu para ficarmos com uma ideia do que íamos ter pela frente, facilmente se cai na desordem. Tinhamos de aprender algumas técnicas, rapidamente as assimilámos e as descobrimos até como inatas. Confesso que fiquei mito preocupado sobre como iria passar a próxima semana, co o iria conseguir dormir e descansar? O Armando decidiu que dormiria junto dos seus Lobatinhos e a "nossa irmã" e intérprete brasileira, Larrisa, arranjou uma sala para os directores, o que foi importantíssimo, pois rapidamente se transformou em espaço de retiro para o técnico e directores e em centro de massagens e de recuperação dos atletas, foi também aqui que foi servida aos atletas a última refeição antes da partida para Lisboa, um adocicado e retemperante pequeno-almoço.

A primeira refeição em Gotemburgo foi o jantar servido no refeitório da escola e foi excelente quer em qualidade, quer em quantidade, fiquei a saber que a massa à bolonhesa também pode ter grão. As refeições principais são feitas à base de carne picada e também de muita lasanha, com muita variedade de massas e de saladas, com milho, feijão e grão, molhos com base de natas, água natural e água gaseificada e fruta. Ao pequeno-almoço temos pão do tipo panrico, pão escuro, pão com sementes, queijo, fiambre, ovos cozidos, carne assada, doce, cereais, leite, iogurte líquido e sumo natural de laranja. A comida é abundante, come-se o que se tem na vontade. O refeitório é mantido nas melhores condições de higiene. E falando de hgiene, também as casas-de-banho são limpas e higienizadas várias vezes ao dia, a educação e a cultura de cada um fazem o resto. Os banhos são tomados num balneário amplo com duas enormes salas de vestiário, também aqui as diferenças de cultura se revelam, mas a limpeza das instalações permanece como uma das prioridades da organização. Como curiosidade e já que um dos enriquecimentos, senão o principal, é a troca de experiências e a convivência com diferentes culturas, não deixa de ser engraçado que os meninos marroquinos se escandalizassem ao verem os nossos rapazes com naturalidade a tomarem banho todos nus e quase lhes ordenassem que vestissem os boxers.

Depois do jantar, houve uma visita ao Parque de Diversões e um pequeno passeio, pois a chuva neste primeiro final de dia não abrandou desde que chegámos, pelas ruas da proximidade da nossa escola. Os nossos rapazes fizeram os primeiras contactos com as diferentes culturas, entenda-se, com as meninas suecas com que se iam cruzando e trocando olhares e sorrisos.

É admirável, o tão enaltecido, civismo nórdico, as ruas estão limpas, o trânsito circula ordenado, nas principais ruas e avenidas existem as duas faixas para a circulação automóvel, duas faixas para o metropolitano de superfície (semelhante ao Metropolitano Sul do Tejo e com muitas carruagens como as dos eléctricos antigos de Lisboa, só muda na cor: o azul), os passeios para os peões, uma pista para corrida e ou marcha e uma pista para velocípedes, é díficil de obter? Não me parece. Poupa-se no luxo e na ostentação e investe-se nas infra-estruturas e na qualidade de vida. Um exemplo, as rotundas em Gotemburgo não têm estátuas, fontes luminosas, repuxos, ou sofisticados canteiros de flores, e ficam de certeza bem mais baratas do que muitas das que temos no nosso país, pois são cobertas apenas com relva. Outro exemplo, o maior centro comercial da Escandinávia, o qual visitámos algumas vezes, não tem mármores importados de Itália, nem outras futilidades de encomenda, a porta de entrada é simple e funcional, ou está aberta ou empurra-se com a mão, não é uma entrada apalaçada e são muitos os exemplos que se poderiam mencionar.

Obviamente, o facto de Gotemburgo ser uma cidade plana facilita a utilização das bicicletas como meio de transporte, as quais são deixadas liremente nas ruas sem serem "desviadas".

No quarto foi feito após uma palestra do técnico, sobre a presença dos Lobatos na Gothia Cup e sobre os objectivos a alcançar, entre outros: «Tal como disse no almoço de confraternização antes da nossa partida, viemos aqui para ganhar!». Este discurso revelaer-se-ia crucial.

No quarto dos directores montam-se as camas e organiza-se o espaço, deitamo-nos por volta das 00:30. Iniciam-se os testes ao roncar dos motores (quem lá esteve, sabe do que estou a falar), testes que se repetiriam todas as noites. Penso que fiquei sempre em quarto lugar: o último. Por volta das 04:00, acordo com a claridade, reparo que há um companheiro que já circula pelo quarto embrulhado num lençol. São longos os dias, às 23:00 ainda se tem o lusco-fusco e às 05:00 assustamo-nos, pois parece-nos que não ouvimos o despertador tocar e que já são 10:00. Percebo que quando chegar a casa terei um considerável capital acumulado de horas por dormir.


























quinta-feira, 28 de julho de 2011

Gothia Cup 2011

A odisseia chegou ao fim! A nossa participação na 36ª edição da Gothia Cup foi um sucesso. Em principio, o nosso amigo Arnaldo Abreu irá publicar, aqui no blog, crónicas sobre o nosso dia a dia em Gotemburgo. Entretanto, resolvi escrever estas linhas e tentar fazer um breve resumo do que aconteceu por terras da Escandinávia.

Tivemos uma partida como não desejo a ninguém! Depois de termos tudo tratado e pago com vários meses de antecedência, sou confrontado, a menos de 24 horas do embarque que os nossos vôos tinham sido alterado. O grupo estava dividido em três, com atletas a irem em horários diferentes e separados do grupo. Não dá para imaginarem o transtorno e agitação que isso provocou no grupo. Estava a começar muito mal mesmo!

No entanto, perto das 17 horas todos estávamos juntos e em Gotemburgo. Chegámos à escola que nos estava destinada e fizemos o controle de idade e o check-in, tudo de acordo com o esperado. Jantamos e fomos dar um passeio para descontrair até ao Liseberg Park. Regressamos e fomos descansar pois no dia seguinte tínhamos o primeiro jogo e a cerimónia de abertura.

Os pais foram para os Hoteis respectivos já como os seus Gothia Cards de forma poderem utilizar desde logo os benefícios do cartão.


Durante a manhã fizemos o nosso primeio jogo contra uma equipa Norueguesa, que liderava o seu campeonato regional. Foi um jogo dificil, pois o adversário tinha qualidade e a relva estava muito alta e dificultava a nossa circulação de bola. No entanto o domínio do jogo foi inteiramente nosso. O empate foi um mal menor.
No final da tarde tínhamos a Cerimónia de Abertura, um dos momentos altos da Gothia Cup, um estádio com 52.000 pessoas e transmissão para toda a Escandinávia. Como podem observar, aos nossos meninos não faltava companhia!




Já dentro do estádio com a nossa bandeira. Momento de grandes emoções por parte de todos os que faziam parte da comitiva, quer daqueles que assistiam nas bancadas.





















O fogo de artificio final




No segundo dia, jogamos contra uma equipa sueca e vencemos com facilidade por 3-0, nesse dia à noite era a festa dos líderes. Um espectáculo extraordinário que durou mais de cinco horas onde a animação e boa disposição imperaram.









No terceiro dia tínhamos o último jogo da fase de grupos, de manhã, e à tarde o primeiro jogos dos 1/64 de final. No jogo de manhã vencemos por 3-0 e ficámos em primeiro lugar do grupo com os mesmo pontos da equipa norueguesa, mas com vantagem na diferença de golos marcados e sofridos. O primeiro jogos dos Play-Off foi muito fácil e vencemos uma equipa sueca por 7-1, chegávamos aos 1/32 final que se disputavam bem cedo a alguns quilómetros de distância da escola onde estávamos alojados.

Como prémio, e de acordo com o estabelecido os nossos Lobatos foram confraternizar para o Gothia Disco Clube, durante duas horas e meia, das 20 às 22:30 de forma a poderem desanuviar do stress e ansiedade que a competição provoca.


Chegámos ao local do jogo dos 1/32 e íamos pela primeira vez jogar num campo sintético, o que para nós seria vantajoso, a relva natural por aqui é muito alta e dificulta a circulação de bola. Fizemos um grande jogo contra uma equipa sueca liderada por emigrantes chilenos e composta por vários meninos hispânicos. Dominámos todo o jogo e o resultado de um zero é enganador, pois poderíamos ter dados cinco ou seis, mas começamos a ver as primeiras arbitragens muito más.

O objectivo estava alcançado chegar aos 1/16 de final numa competição com 193 equipas de 26 países era excelente. Sabíamos que ao vencer teríamos jogos perto das 16 horas. O jogo dos 1/16 de final era contra uma equipa francesa que tinha no seu palmarés vários triunfos na Gothia Cup, na presente edição conquistou o 1º lugar em Sub-13. Iniciámos o jogo de forma muito deficiente e ao intervalo estávamos a perder por 2-0. A equipa estava abatida e parecia não acreditar. No entanto, com bastante motivação à mistura e algumas alterações tácticas fomos em busca de outro resultado e conseguimos empatar o jogo e levar a sua decisão para as grandes penalidades. Tínhamos dado a volta e agora eram os franceses que estavam em baixo emocionalmente. Após nove grandes penalidades marcadas os franceses tinham falhado uma e os Lobatos convertido todas. Tiago Lopes tinha nos pés a possibilidade de nos colocar nos oitavos de final. Assim aconteceu tínhamos vencido um jogo, que ao intervalo parecia decidido a favor dos franceses.
Sequência de fotos e montagem feita pelo nosso amigo Pedro Sousa após a conversão da grande penalidade que nos colocava nos oitavos de final.


Íamos para o terceiro jogo do dia, 21 horas, num local algo distante, contra uma equipa da Indonésia, que viemos a saber á posterior que se tratava de uma selecção Sub-14 daquele país. Tinha feito o meu trabalho e verifiquei que o nosso adversário tinha ganho todos os jogos efectuados, no entanto, o que mais espantava eram os resultados obtidos, 30 golos marcados e nenhum sofrido em 5 jogos! Assim que observei o aquecimento verifiquei que estávamos perante uma grande equipa. Delineie uma estratégia de forma a não lhes dar muito espaço. Assim que o jogo começou foi impressionante, a velocidade, a força, as movimentações, enfim, nunca tinha visto nada assim! No entanto, o jogo não passava para a nossa área e os cinquenta minutos passaram com apenas uma ocasião de golo para a equipa Indonésia.

Tínhamos dado uma lição de bem defender. Jogávamos novamente a lotaria das grandes penalidades. Após 10 penaltis batidos ninguém tinha falhado. Disse ao Peixe, que ele teria que defender o remato do jogador indonésio e que seria ele a bater e marcar o golo da vitória. Parecia tratar-se de uma premonição! Aconteceu o impensável, a fortíssima selecção da Indonésia estava eliminada. Se tivéssemos ficado por aqui caiamos aos pés de uma grande equipa. Trabalhámos para que isso não acontecesse e fomos bafejados pela sorte das grandes penalidades. Estávamos nos 1/4 de Final!!!
Os momentos que se viveram a seguir são indescritíveis. Uma alegria imensa uma emoção muito grande e uma certeza, estávamos entre as 8 oito melhores equipas da Gothia Cup, num total de 193!

Chegados à escola, soubemos que o nosso adversário seria a equipa chinesa que tinha eliminado uma das equipas brasileiras em prova. Iríamos jogar no Heden, o coração da Gothia, com muita assistência, era o nosso prémio, os jogos do Heden eram transmitidos na TV, era onde tudo acontecia.


Chegámos cedo e a pé pois a nossa escola estava a uns escassos 400 metros do Heden Center. Observei a equipa chinesa e ela era muito alta e muito forte fisicamente, ao nosso lado tínhamos a equipa brasileira que tinha sido eliminada na véspera e confidenciava-me o treinador que eles "batiam muito forte". Assim que se iniciou o jogo os nossos atletas constaram isso mesmo, os chineses entravam com tudo perante a complacência da equipa de arbitragem. No entanto, trocávamos a bola como também sabemos fazer e os chineses não criavam qualquer perigo. Num pontapé de canto, o Miguel Freches abre o marcador, era a festa completa. Chegávamos ao intervalo em vantagem, estávamos a 25 minutos das meias finais. No entanto, o segundo tempo trouxe-nos a disilusão, e em dois lance de infortúnio para o Peixe, que tinha sido o herói na noite anterior, os chineses chegavam à vantagem, apesar de estarem reduzidos a 9 por duas expulsões, consequências de agressões sem bola ao Gonçalo Lopes e ao Tiago Lopes. Nove pensávamos nós, pois o treinador chinês tinha colocado mais um jogador em campo, e na obtenção do segundo golo chinês estavam 10 jogadores em campo. Chamei a atenção da equipa de arbitragem e como prémio fui expulso.

Momento em que se constata que a equipa chinesa estava com mais um jogador em campo



Gerou-se uma grande confusão que apenas beneficiava a equipa chinesa pois o árbitro tinha validado o golo deles. Após intervenção da organização o jogo foi reatado, com a certeza que iríamos protestar o jogo no final.

Faltavam 3 minutos, não havia muito para fazer, mas mandei encostar o Gonçalo Santos ao Tiago Lopes na área e subi o Gonçalo Lopes para terceiro avançado, e pedi para bombear bolas para a área na tentativa de ganharmos a segunda bola na entrada da área, acabou por acontecer, e num desses ressaltos o Miguel Torres remata e o defesa em cima da linha de golo mete a mão à bola.

Grande penalidade!

Muito nervos, o jogo estava a acabar, precisávamos de marcar para empatar. Tiago Lopes pega na bola e bate certeiro. Festa enorme, mas faltavam as grandes penalidades, a confiança era enorme e o sentimento de injustiça também. Os chineses falharam a segunda e terceira tentativas e nós convertemos todos, ao quarto pontapé da marca de grande penalidade, se convertesse.mos estávamos nas meias finais, Tiago Lopes que havia marcado no final do jogo, bate certeiro para o lado contrário e vencíamos com toda a justiça.



Momento de festa após a vitória, mais do que justa, sobre a equipa chinesa


Os Lobatos Foot iam jogar a meia final contra a fortíssima equipa sueca que tinha eliminado o Botafogo do Brasil.

A meia final era jogada ao final da tarde, tínhamos apenas algumas horas de descanso para defrontar a equipa sueca.

Equipa muito forte fisicamente, mas jogava de forma leal, o jogo foi dirigido por uma excelente equipa de arbitragem. Vencemos por 3-0 com golos de Gonçalo Santos (grande penalidade), Miguel Freches, na sequência de um pontapé de canto e por Filipe Miranda após uma das mais bonitas jogadas que fizemos em todo o torneio. Chegávamos à final! Era um sonho, foi uma festa imensa, jogar no Heden 4 com mais de 4000 espectadores, com muito portugueses a apoiarem-nos foi algo fabuloso.





Momentos de grande festa, não houve ninguém que ficasse indiferente. Tínhamos alcançado algo que antes da competição seria difícil de imaginar. Mais, éramos a primeira equipa escolar que atingia uma final em 36ª edições da Gothia Cup - Lobatos Foot, da Escola Pedro Eanes Lobato, Amora, Portugal faziam história!


O grande dia chegava, no final do último jogo, tinha sido dado um manual de procedimentos para Final. Tudo ao pormenor! Chegados ao estádio, cerca de 20.000 pessoas assistiam a uma das finais femininas, o balneário era enorme, tudo em grande. O jogo ia ser transmitido em directo. O nosso adversário era o detentor do título da Gothia Cup 2010, ia defender o seu título. Para além do mais, é o actual campeão mexicano de Sub-15. Seria o David contra Golias. Perdemos 4-0 com os dois últimos golos a serem obtidos nos qutro minutos finais, o Chivas de Guadalajara era uma equipa extraordinária, muito forte fisicamente e com uma técnica individual muito apurada. Neste jogo, o nosso sector, que habitalamte era o mais forte, o meio campo, esteve abaixo das suas potencialidades, normal, temos que saber entender quando somos mais fracos que o nosso adversário. Foi uma final, num grande palco, com honras e cerimonial digno de um campeonato da Europa ou do Mundo. Para alguns será a única vez que irão ouvir o hino nacional como protagonistas principais, para outros, oxalá, seja a primeira de muitas. No entanto, este momento ficará para sempre marcado nas memórias de todos os 18 Lobatos que participaram na Gothia Cup e jogaram a Final.






O sonho tornava-se realidade!












No domingo fomos passar o dia ao Liseberg Park e foi espectacular, em ambiente de grande descontracção passou-se o nosso último dia em Gotemburgo entre montanhas russas e atracções várias.



Chegávamos a segunda-feira e regressávamos a Portugal, regressávamos como tínhamos partido, o nosso voo que inicialmente era às 11:20 tinha sido alterado, em Portugal, pela agência que tratou de tudo, e os nosso atletas partiam, 13 às 6:55 e os restantes 5 às 11:20, enfim, mais uma trapalhada das grandes sem que nós tivéssemos qualquer responsabilidade.























À chegada eram muitos os familiares e amigos que nos aguardavam, espera digna de um feito enorme conquistado pelos Lobatos Foot, representando Portugal.

Uma palavra de apreço para o Orlando Oliveira pelo seu trabalho de recuperação de atletas, ao José Freches, ao Arnaldo Abreu e José Carvalho, pelo apoio logístico que deram neste dias. Ainda, uma palavra, para o Luís Marques, que a partir dos 1/32 de final colaborava no aquecimento da equipa. A todos o meu obrigado.

Por último, aqueles que foram incansáveis no apoio à equipa e que connosco partilhavam lágrimas e alegrias nos nossos sucessos.


Amândio, Sandra, Fábio, José Lopes, Luísa, Andreia, Luís Marques, Zézinha, Rita, Pedro Sousa, Carlos Cardoso, Isabel, Eduardo e Dora. A este grupo juntaram-se alguns emigrantes portugueses e meninas suecas que nos acompanhavam para todo o lado!


Para a posteridade aqui fica a foto de família!


Sentados da esquerda para a direita: Hugo Oliveira, Gonçalo Teixeira, Guilherme Cardoso, Leandro Sousa, Pedro Soares, Alexandre Peixe e Miguel Mestre.
Segunda fila pela mesma ordem: José Carvalho, Filipe Miranda, Ricardo Marques, Eduardo Costa, Armando Lopes, Miguel Torres, Ricardo Carvalho, Gonçalo Rufio e José Freches.
Terceira fila pela mesma ordem: Orlando Oliveira, Gonçalo Lopes, Tiago Marques, Tiago Lopes. Gonçalo Santos, Miguel Freches, Gonçalo Abreu e Arnaldo Abreu.